Eu quero lanternas,
sim,as quero para iluminar caminhos,meus
caminhos...quem sabe os nossos caminhos para a eternidade.
Há dentro de mim caminhos escuros,de propósitos escusos
e de possíveis vinganças,que me levam para muitos lugares e
muita das vezes a lugar nenhum.
Movo-me em sentidos abstratos e absurdos
e no entanto,não encontro nem se quer uma trilha
que possa me encurtar tão fastigante jornada,e nem
forças para sair desse denso lamaçal que me revolver
o coração malogrado,cheio de chagas do meu eu pertubador.
Há paredes de memórias forradas de lembranças,
lençóis tecidos em perfumes e aromas com gosto
amargo e adocicado de suores de corpos cansados do prazer.
Há marcas bordadas magistralmente na pele;pele essa
cansada,aranhada de lembranlças que não
se apagam e são eternas...eternas porque
são para sempre dentro de mim,desse meu eu
de mim para ti,de tu para comigo e que agora
eu no limbo são castigos.
Ah! Vou enlouquecer-me!Mas como posso ser louco?Se no
jardim dessa minha alma aflitam,infinita...sempre haverá
um ai que respiro,um porquê que mastigo
e um talvez que engulo?
Tudo é agonia nessa solidão
que invoco para maltratar meu pobre eu
e nesses instantes em que a saudade é perigosa e marginal...eu a
vomito em pedaços de tristezas podres.
Ah!Como eu queria lanternas,sim,queria para
iluminar caminhos mas...que importa esses caminhos agora?Se como lanternas
irão se apagar pelos caminhos da morte...esse único
instante dos seres humanos para tentar
refazer a vida,porém tarde demais.
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