Eu quero lanternas,

sim,as quero para iluminar caminhos,meus

caminhos...quem sabe os nossos caminhos para a eternidade.

Há dentro de mim caminhos escuros,de propósitos escusos

e de possíveis vinganças,que me levam para muitos lugares e

muita das vezes a lugar nenhum.

Movo-me em sentidos abstratos e absurdos

e no entanto,não encontro nem se quer uma trilha

que possa me encurtar tão fastigante jornada,e nem

forças para sair desse denso lamaçal que me revolver

o coração malogrado,cheio de chagas do meu eu pertubador.

Há paredes de memórias forradas de lembranças,

lençóis tecidos em perfumes e aromas com gosto

amargo e adocicado de suores de corpos cansados do prazer.

Há marcas bordadas magistralmente na pele;pele essa

cansada,aranhada de lembranlças que não

se apagam e são eternas...eternas porque

são para sempre dentro de mim,desse meu eu

de mim para ti,de tu para comigo e que agora

eu no limbo são castigos.

Ah! Vou enlouquecer-me!Mas como posso ser louco?Se no

jardim dessa minha alma aflitam,infinita...sempre haverá

um ai que respiro,um porquê que mastigo

e um talvez que engulo?

Tudo é agonia nessa solidão

que invoco para maltratar meu pobre eu

e nesses instantes em que a saudade é perigosa e marginal...eu a

vomito em pedaços de tristezas podres.

Ah!Como eu queria lanternas,sim,queria para

iluminar caminhos mas...que importa esses caminhos agora?Se como lanternas

irão se apagar pelos caminhos da morte...esse único

instante dos seres humanos para tentar

refazer a vida,porém tarde demais.

 

Charles Feitosa de Souza
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