Entre quatro paredes


Amar é mais que isso: lirismo puro.

Catarse, emoção e romance.

Politicamente moral, quase inocente.

Mas a dois exige mais, é pluralidade.

Senão torna-se um cárcere emocional enfadonho e o cotidiano arrasta como um fardo pesado .

A dois a conivência deve imperar em nome de uma intimidade necessária entre quatro paredes.

Não seria a realização de um sonho feminino ser humanamente devassa, mulher que incendeia e seduz na claridade das luzes acesas?

 O homem animalesco , no amago das suas crendices, anseia por uma fêmea fatal disposta a realizar fantasias a olhos nus, despindo-se de qualquer tabu.

 A cumplicidade genuína é doar-se sem fronteiras e degustar o outro como um amplo universo a ser explorado.

Nada é proibido, nem mesmo o impublicável!

 Experimentar os prazeres na companhia de quem se ama é demasiadamente humano e saudável.

Surpreender o outro com uma aventura apimentada é sinal de uma fina sintonia que deixa as relações mais leves e duradouras para a rotina das horas: contas a pagar,excesso de trabalho e adrenalina demais.

Essa noite,à espera do meu marido, já me vesti de " a outra".

Peças  mínimas mal cobrem o meu corpo.

Os sais de banho já efervescem, como eu.

Separei o whisky doze anos para o meu homem.

E a campainha toca....

Ao abrir a porta, nos esqueceremos da quarta-feira maçante.



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Luciana Araujo
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