No fundo de cada dor

Queria voltar o filme do tempo
para ali entender os enigmáticos
momentos em que vivi.
 
Queria poder passear no tempo
mexer no destino, mergulhar
nos lamentos para então explorá-los.
Para então enxergar o que não vi.
Para então ganhar o perene tesouro que há
no fundo de cada dor.
 
Queria rever meus lamentos
poder e s t i c a r o tempo que
dança – tal qual bailarinas.
 
Como eu queria querer o que quero!
Não apenas um querer de juventude,
não apenas um querer de menino,
mas um querer inundado de anseio,
como o entoar de um belo hino,
que aperta o peito qual devaneio.
 
É no fundo de cada dor onde há o lamento
onde o crescimento faz brotar uma flor.

Ozeas Genaro
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