Para ungir feridas que me fiz
busquei, sem rumo, andarilhas musas.
Inundaram, pétalas difusas,
com acres odores meu nariz.
Estenderam-me os dedos, tapiz
perfumado - despiram as blusas
e amaram-me, doidas e confusas,
misturando-me álcool e anis.
Em princesas de pedra tornei-as,
de meu colo fiz um leve trono
em que sentaram - fáceis, faceiras...
Na noite infinda rebusquei o tino -
folgando a vigília de meu sono,
escapei antes que tocasse o sino
Geovani Bohi Goulart
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