SILÊNCIO NA NOITE


SILÊNCIO NA NOITE

Amanhece no jardim das flores de pétalas murchas
Cada raio de sol ilumina e aquece o coração sofrido
O semblante casto tenta, em vão, sorrir pras bruxas
Mas já anoiteceu e seu esforço está agora exaurido

A chuva na janela inicia a última e mais triste sinfonia
Choro mudo de saudade da vida que ainda não viveu
Murmúrio do vento frio fica distante na intensa agonia
Silêncio na noite, o manto leve e quente lhe envolveu

A Noite não depende do medo quando se olha pra lua
Aprendeu que de dia sua realidade se manifesta crua
A existência sincera tem no valor, o que não degenera

Acorda na manhã do sonho que tentou se fazer eterno
O jardim das flores murchas voltou florescer no inverno
Espera na janela a primavera, é sua essencial quimera

Marco Antônio Abreu Florentino

https://youtu.be/75c802FTtuA
(Confortably Numb - Pink Floyd)

Marco Antônio Abreu Florentino
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