Sou andorinha que parte sozinha,
Que voa sem rumo e sem direção.
Sou andorinha de penas desbotadas,
Guiada por uma tênue ilusão.
 
Andorinha que traz em seu peito
Um estranho e estúpido temor.
Que sobe e desce entre as nuvens
Sem saber se resiste ou se sucumbe à dor.
 
Andorinha que olha para o horizonte
A procura não se sabe do quê.
Delira, parece ver o seu próprio reflexo
Fundido no reflexo do que seria você.
 
Andorinha que sozinha não faz verão
Como uma nota só não faz uma melodia.
Voa fugindo daquilo que seria a solidão,
Daquilo que a tornava melancólica e fria.
 
Mas toda andorinha por mais alquebrada que possa estar
Quer um recanto onde calorosamente se abrigar.
Ela voa sem rumo, mas ainda assim não pára,
Não desiste de te encontrar.
 
Se você ver uma andorinha perdida, alquebrada e solitária,
Agarre-a, prenda-a ao peito, envolva-a em seu calor.
Porque toda andorinha, ainda que sozinha,
Procura por amor.

*-*Raiza*-*
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