Onde estás, alma minha?
Procuro-te por todos os rostos,
Por caminhos íngremes e sinuosos,
Pelos becos e pelas esquinas,
Perfurando multidões gélidas e amorfas,
E nos versos que flutuam no mar,
Entre as lágrimas de poeira cósmica,
Alma minha, onde estás?
Meu ventre segue escavado,
Vertendo sangue abrasado,
Embebido em desejo,
Ânsia que de mim não despejo,
Fosse espesso e quente casaco,
À espera do milagre do teu beijo.
Lucilla Guedes
© Todos os direitos reservados
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