"Julguei-te estrela - e eras pirilampo..."

 

Castro Alves.

 

Em muito eu reconheço que errei,

E o fiz por ser tão tolo, tão inocente...

Como a criança, ou melhor, o jovem o qual julga

A tudo saber e em sua arrogância leva um tombo,

Eu também me prostrei diante das minhas crenças

De que haveria romantismo em todos os aspectos

Do que eu chamava de "meu amor"...

 

Eu pensei que seria para sempre

E hoje eu sei que sempre e nunca são apenas palavras.

Eu pensei que meus erros e teus erros seriam perdoados,

Que havia tanto amor e nunca nos separaríamos,

E hoje eu vejo que se continuasse, odiaríamos um ao outro...

Eu pensei, enfim, que quando acabou, conversaríamos sobre isto,

Que tristes, mas resolutos e maduros tomaríamos nossos caminhos,

Mas não foi assim e nós apenas não nos falamos mais.

 

Eu queria dizer ao meu velho eu para não se entristecer,

Mas isso significaria não ter a experiência a qual obtive.

O crime de ter sido inocente é o de perder tempo

E matar uma parcela da sua vida e da do outro...

Mas como dizer que tais feridas não são sublimes?

 

Um dia, cedo ou tarde, todos chegamos ao fim da inocência.

O que nos traz um grande vazio é o saber que queríamos mais,

Que os devaneios e ideologias românticas não são reais...