Pai!
Não permitas que eu torne
Rei de minha existência vazia
E que a escuridão da ciência
Não cubra o sol do meio dia.
Peço!
A visão de um nobre trovador
Onde crie meus versos soltos
Envoltos em hinos de amor.
E quando a nudez aparecer
Farei dela estadia
Inundado em um silêncio
Para viver por poesia.
Pai!
Permita-me a calma noturna
Pra ouvir o lobo apreciar a lua
Permita-me a dura tempestade
O inóspito, o frio, o viver na rua.
Tolere meu descuidado descuido
De olhar pra baixo e para cima
E enxergar de um lado a outro
Pra encontrar a oitava-rima.
Pois!
Não desejo ser perfeito
Mas, apenas pensador
Pra pensar o pensamento
De quem um dia não pensou.
Por favor!
Realize apenas meu desejo
De viver envolto em beijos
Com a magia de um dia
Permanecer criança
E morrer poeta!
Amém!

Ozeas Genaro
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