Dizem, que na verdade, somos invisíveis;
Que nosso corpo é passageiro,
Que o que vemos não é verdadeiro,
E somos simples aprendizes;
Eu me esforço tanto,
Levanto as mãos para o Céu,
Buscando entre as nuvens, em véu,
Uma brecha para o meu canto;
E então me deito,
Fecho os olhos
E sinto algo no peito:
- Seria o que não vemos
Algum tipo de remédio
Aos sintomas do tempo?
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E o que ouço é o vento,
Que rompe a madrugada
Feito faca afiada,
Cortando meus pensamentos:
- Se não é real nada que vejo
E tudo aqui é passageiro,
Porque meu corpo inteiro
Treme por ti em desejo?
Consola-me a alma acreditar
Que aqui é apenas um momento
De vida, alegria, morte e dor,
Mas se assim realmente for,
Porque primeiro veio a carne
Para depois vir o amor...?
Ricardo Lemos - Abr/2015
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