Amiguinhos apartai-vos do Silencio!
Pois eis que assim calado
Destrói o que nos há por dentro
Envenena
Mata e não se percebe
Ouví o meu recado
E dizei-me o quanto antes:
Que se deu daquele tempo esvoaçado
Lotado de nuvens altas
E sonhos fulgurantes?
Daquele mundo cacheado?
Daqueles planos apressados?
Daqueles timbres fascinantes?
Que se deu da vossa voz... Na vossa vez?
Hoje eu, o Segredo
Humilde pergunto a vocês
Pois guardo em mim de tudo um pouco
Mas eis que disso nada sei
Vós sois filhos do Mistério:
Bizarro cavalheiro que a tudo esconde
E a verdade encobre, nas barbas do velho Tempo
Nas bordas do Horizonte
Andem!
Apressem-se...
Contem a mim!
Pois mesmo que estando guardado
Tenho certeza de que vi:
Tantos olhares, tanta saliva
Despejados sobre ambos, ao luar
Mãos trançadas e bocas alardeadas
A sorrir...
Abertas, como janelas de marfim.
Abaixo daquela árvore altaneira
Cuja qual lá não existe mais...
Vai ver era regada com saliva
Vai ver morreu de desilusão
Ao ver tão tenro casal
Lançar-se aos braços da Solidão
Mas há de ter sido o silêncio
Matou-a sem compaixão
Com medo que de vocês
Ela me desse informação
Amiguinhos!
.
Eu vos suplico...
Apartai-vos do Silencio....
¨¨¨¨(Jeison Chaves)¨¨¨¨
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