Postulado da lei de Gérson

Hipócritas esclarecidos
Estendem suas mentes primatas ao infinito
Para que elas aprisionem e parcializem o saber
Cúmplices inocentes da morte do suposto criador
Mas pensam que herdaram sua onisciência
Dando nomes, regras, cálculo e brincando de ciência
Suas razões pretensiosas decodificam o código da vida
 
Criticam os limitados viciados em fútil luxo provido do lixo
Mas esquecem que a ganância movimenta sua ação racional
Camuflando-a com ideias boçais e negligenciando sua insignificância
Antítese entre ego e o talvez multi, universo
O ainda sempre incompreensível não cabe em teses em frente e verso
Somos Ícaros com asas mal coladas a voar em direção à luz
Ajudamos a envenenar Sócrates, este já sabia
 
Objetos iluminados se dizem luminosos
Bioluminescência artificial
Tão longo saber para tão curta vida
Para que monótonos risos sem pensar curtam a vida
Mesmo que uma vida não pensada não merece ser vivida
Vidas muito pensadas às vezes acabam mal-vividas e pouco refletidas
Uma paráfrase a Camões, que tentou definir, racionalmente, o irracional
 
Cada vez mais longe da fonte, mapeamos nossas sombras
Escondemos nossos rastros, tentamos não repetir mais
Jogando cal sobre a poça de sangue, ocorrerá a reação
Que acontece em cadeia desde tanto tempo atrás
 Encurtamos as fronteiras, e alongamos as distâncias
Apolo venceu Dionísio, nas olimpíadas dos eupátridas
Cujo prêmio veio em ouro e amostra grátis em quilotoneladas
 
Positivamente derrubamos os mitos
Cuspimos sobre os coacervados da escuridão
Revolução Francesa não foi tão gloriosa
Esperança abortada de igualdade e fraternidade
E da liberdade que aprisiona os demais
Tendo acesso ao que é vero através do que é falso
Apesar de ninguém se importar
Se importa, ignora, como o autor dessa grande inverdade