Cântico festo da sua mocidade tão bela!
Esparze encantos qual flor da primavera,
Laureado afã que o pretendedor espera,
O virtual amor que a minha diva esmera. 

Sedutora, por que oculta sua alma vera?
Fantasia pecante de uma cálida donzela
Efluência e beleza, ontem uma aquarela
Pujante mulher! Veja! Não é mais pucela! 

Efêmero encanto que o momento revela,
Fatuidade inóxia que se exprime em tela.
Cerceia o coração com sua fiel sentinela,
Sou o cisne branco que no lago a venera. 

Majestoso anseio que a minh'alma gera,
Em quietude bucólica, seu amor quisera,
Sua fragrância ebriática de uma girosela;
Fascínio louco que a sorte me levou a ela. 

Rivadávia Leite

Rivadávia Leite
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