Como um império caído, certos espíritos jazem em brasas.
Não é em todos os seres que arde uma espécie de fogo,
Um desejo e uma causa ardente para viver e a vida é mero jogo
Onde vitória e derrota são similares e vazias casas.
Tentamos contornar a depressão que nos assola, acender uma chama
Para nos aquecer, para nos confortar, um amor que escalda...
Alguns encontram uma causa, a outros, a existência não respalda -
E nestas criaturas é um fogo frio e solitário o qual se inflama.
É típico enxergar tudo com otimismo, mas carecemos de realismo:
É árduo viver, ou melhor, existir, apenas a preencher um vazio, a contar o relógio.
A ansiedade pelo antigo, mas adequado necrológio
É tremenda, tentadora, é um convite estonteante a cair no abismo.
E esta chama que morre é mais do que a morte: É o olvido.
Tudo é erradicado do mundo, mas aniquilado da memória.
Hão-de alterar todos os teus feitos quando te esquecerem na história
E não passarás de cinzas de um incêndio que para o mundo está perdido.
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