TODA ONÇA BRAVA TEM SEU DIA DE TAPETE

 
Mesmo aquele que durante a vida tem uma carreira produtiva e inteligente, seja a qual ramo da atividade humana se dedique, está fadado, a qualquer momento, de cometer atos ininteligiveis, absurdos, incomprensiveis até mas, dada a inteligencia que possui e que demonstra poderá, mesmo num erro crasso, ser chamado genio.
Como disse um sábio:- Nunca se envolva com temas religiosos, você pode cair do cavalo. Mexer com religiosidade pode nos remeter a questões não e até mal resolvidas, a divergências de opiniões está embutida na matéria, tratamos com o abstrato,  tentamos entender o desconhecido e  nem sabemos com o que estamos em contato, se com o bem ou com o mal,  espiritualmente.
Pois bem um conhecido cantor e compositor, dono de um punhadão de composições, a maioria muito boas,   um dia resolveu atribuir a um santo o milagre de  tê-lo livrado de um assalto e de quebra ter enfiado no peito do gatuno uma flecha. Isso o fez tornar-se um crédulo e, em visita a uma igreja, foi constatado que na imagem faltava uma seta, dai deduziu-se ter sido a mortífera que finou o ladrão, tudo contado em versos
Dando uma resenhada na matéria, de maneira geral, a imagem do santo aparece com três flechas, uma no peito, uma a altura do estomago em uma na perna. Há uma, contudo,  que conta quatro flechas, três no tórax e uma na perna. Seria essa a imagem que se desfez de uma para salvar o compositor?
Teria ocorrido tal fato no Rio de Janeiro, cidade que traz o nome do santo em sua fundação? Hoje, se requisitado toda vez que um assalto se desenrola por lá não haveria setas suficiente para socorrer muitos e o pessoal dos Direitos Humanos ia fazer um barulho danado, solicitando as autoridades competentes o engaiolamento do arqueiro que matava sem dó nem piedade os pobres assaltantes. Nasceria a duvida cruel para aqueles que não creem que um santo possa ser assassino. Teria sido arte do Apache Kid, do Flecha Ligeira, Arqueiro Verde, Juruna, Cochise?
Pior seria, penso eu, se no lugar da flecha salvadora   faltasse  na igreja e estivesse enterrada  no coração do meliante a lança de São Jorge. Ai ia dar pano pra manga de verdade. Quem acreditaria na história? Verdade seja dita que na musica não  é  especificado  a  qual santo foi solicitada a intervenção. Vendo-se em cama de sete varas pediu a todos e, por exclusão, o santo das flechas que devia estar menos ocupado  o socorreu.
Não haveria jeito do santo aparecer ao bandido, transformar a arma numa escova de dentes, deixar o distinto paralisado, converte-lo, dar-lhe um chá de sumiço temporário, qualquer atitude não fatal? Afinal acreditamos que santos dispõe de um arsenal ilimitado no bornal de milagres.
Optou, no entanto, segundo o compositor, pelo caminho mais curto numa  ação tipicamente humana: - Mandou o malandro para o descanso eterno, embora afirmem que nem cansado ele andava.
É por essas e mais outras que prefiro a essa musica, do mesmo autor, a “Balada nº 7-Mané Garrincha”

 
 

BUENO
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