Imóvel em alma, mas meu corpo tem reações parvas!
Onde está meu ópio? Meu haxixe? Meu necessário absinto!?
O que eu posso fazer se o mundo é tedioso e não o sinto?
Deixem-me ser roído até os nervos por carnívoras larvas!
O que eu escrevi que possui, de fato, significância?
O que eu sou, senão um projeto de cadáver a ser devorado por moscas?
Qual identidade possuo, se todos são anônimos e as vidas toscas?
Não recorro a nada, nem ao suposto superior, nem em última estância.
Eu tremo. Preciso de substância narcoléptica, porque eu tremo!
Estou assombrado pelos horrores da realidade, preguem-me na madeira!
Deixem que a última víscera a ser comida tenha o valor da primeira,
Porque eu tremo! Tremo, tremo! e tremo!! Enquanto eu temo!
Ah! Quanto desgosto eu senti e sinto ao escrever isto! A abstinência
A qual me reduz a um mero fragmento de pó!
Eu alucino como um louco em devaneio, digno da mais completa dó
E desabo em carne e espírito, para um pouco de paz em minh'essência...
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