Incapacidade de perceber a condição humana

Hoje percebi um mendigo. (E outro. E outro. E outro........)


Não sabia o que pensar, tão pouco o que fazer
Roia-me o desespero no olhar , Mal conseguia encarar pra ver
Aquele humano a raspar suas feridas ao sol
 
Desconvencido me encontrava frente à convenção da desgraça social
Carcomida, minh’alma não gritava, só gemia
E mesmo assim, no zumbido uma voz me dizia: “sorte sua que ninguém o ouve! É possível relevar e viver...”
Mas torva foi a infecção que o realismo da paisagem trouxe
 
Paralisei a existência no brilho desprezível dos eternos passantes
Desassistidos, os vermes que aquela carne comiam, Mais sábios e dignos pareciam,
Pois para sempre hão de comer até a devassidão dos mais gangrenosos seres, surgindo do centro de suas funestas moralidades, como singelas utopias e liberdades
Melhor parecia a necrose ante as capacidades humanas...
 
Há perguntas que nunca irão calar...
Como há verdades que nunca vão calhar...
Tão desgraçado me senti por saber que em todas as veias do mundo corre a incapacidade de destruir as desgraças inerentes...
Que o mundo é Anestesiado por uma droga que não se vê, mas se toma
E Enjaulado está por um sistema em bruto coma até que o sol nos lisonjeie com sua extinção, devolvendo-nos à nossa insignificância.
 
"CA-K:"
18/01/2015

Obs: Narração para música ainda não lançada.