E agora que tudo já passou e livre da paixão nada é gritante,

Tenho tantas perguntas irrespondidas em alma e no coração...

Por que é que longe de ti o universo todo soa reconfortante?

Por que é que não sinto dor e tampouco a dura inquietação?

 

Por que eu tenho de me encolher para que tu te agigantes?

(E me encolher foi imensa vergonha, colossal humilhação!).

Tive de suportar calado diversas situações humilhantes

Para que em teu íntimo não te sentisses como um anão...

 

E se não me amavas, por que disseste que assim te sentias?

Não sabes que a mentira rasga mais que afiadas lâminas frias?

Não sabes que sem ti, naquele tempo, eu tinha vida mas não era vivo?

 

Hoje indago em vão tantas coisas apenas no recôndito de minha mente...

É a curiosidade de entender e decifrar de quem não mais sente,

Posto que já está cicatrizado e se conforma em não saber o motivo.