Em frente à minha janela, aguardo o amanhecer,
Lápis e papel nas mãos pensando no que escrever.
Recebo os primeiros raios d’sol, vejo o amarelecer,
Descortinar de um novo dia, calmo me aquecer.
 
Penso nos acontecimentos que podem aparecer
Cogito os meus anseios; algo para receber.
A vida humana é assim recheada de desvanecer
Hoje queremos findar, amanhã então renascer.
 
Dia! Amarelo dia! Livra-me, por favor!
Não do malvado mal deste maléfico século!
Não! Também não é do malfeitor! Mas, livra-me!
Não do maléfico mal presente na televisão!
 
Não é também do mal atual, operante! Não.
Nem dos que estão nas tortuosas esquinas frias!
Nem dos reinantes dos cinemas e suas galerias!
Não dos males que contaminam o precioso ar!
 
Não dos males que contaminam o frágil corpo.
Nem do que espreita às incertas encruzilhadas.
Não! Nenhum destes! Por favor, amarelo dia!
Livra-me depressa. Imediatamente! Mas não!
 
Não dos males imperantes na vida nos outros!
Livra-me, porém, do mal que habita em mim!
Este mal sim que é malvado mal; destruidor!
Assim que eu tiver vencido esse mal em mim...
Sim! Serei vitorioso diante de todos os outros.
 
Quando eu, verdadeiramente, estiver vencido.
Há! Serei outro ser agora renascido.
Serei um ser feliz como a calma brisa que cai,
Nas faces ansiosas de gente fria e sem direção.
Certo é que vencido o mal que impera em mim
Serei em fim livre do homem em que hoje sou.

Ozeas Genaro
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