Intensa chuva intimida a desfrute do arrebol,
Frio cortante vara impiedoso a madrugada,
Os naipes da natureza edificam sutis emboscadas
E o silêncio é o perfume único pescado pelo anzol.

Debaixo das cobertas meu corpo nu sente arrepios
E sobre tua nudez deposita ósculos e carinho...
Como é bom sentir em mim o hálito de teu corpo nuzinho
E, agarradinhos, possamos extravasar juntos nosso cio...

O contato é a alfazema que inunda meu olfato,
Nosso pelos se misturam inebriados e insensatos
A curtirem o córtex que enlameia o tom do orgasmo...

Sentimos, ambos, o doce coagular de frenética orgia,
No abraço melado a sensação de que nada é fantasia,
É o amor que se desprende audacioso da flor do roçado!

Ivan de Oliveira Melo
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