O sino tocava naquela igreja

daquela comunidade

o sino era a referência do chamanento 

da missa, do casamento, do batizado,

do enterro.

Para todo chamamento tinha um toque

diferente.

Os badalos eram identificados

como código de comportamento

daquela comunidade nas festas

religiosas.

Os badalos do sino pareciam 

que não iam parar.

O sino badalava daqui pra lá,

de lá pra cá.

Seus badalos não se originavam

de fontes eletrônicas

Mas sim das mãos mágicas

de pessoas devidamente preparadas,

treinadas.

O sino tocava para os mais aquinhoados ,

para os menos abastados, para os mais

empobrecidos.

O badalo do sino tinha o poder

encantador de unir as pessoas

com suas diferenças como

afastar as ofenças. 

O badalo do sino era uma oração,

uma comunhão.

Seu badalo tinha o toque de amor

não existia dor.

O sino tocava paz, harmonia 

nos corações das pessoas.

O badalo badalava de cá pra lá,

o badalo badalava de cá pra lá,

de lá pra cá.

 

 

 

José Marcos di Ayres
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