Pelo ar que respiro procuro o sentido
Escravidão é desejo enquanto refém da ilusão
Do não real de qualquer sonho que bandido
Perdura o objeto no pensar da imaginação
 
Durante o escuro em que o viver é proibido
O despertar do olhar ao intuito da emoção
Conhecer da atração de um sonhar revestido
No colorido de um tempo figurado na canção
 
Pela manhã é delírio que se esvai já distante
Retorna a ficção pelo cotidiano bruto que chora
O passar da hora do intervalo eterno e constante
 
Entre a noite e o dia que o ressuscita adiante
Ao tempo que o rumo se distância de outrora
Pelo grito consciente que o desperta no instante

Murilo Celani Servo
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