Lentamente o azul do céu cede lugar à noite imensa
Fulgindo estrelas que o torna um negrume brilhante
Delineando a lua aos olhos do poeta que a vida pensa
Esboçando na ideia a beleza da cor do seu instante
 
Poeta noturno, de alma encarnada em terra extensa.
Cintila ao seu olhar a face de uma perfeição distante
Por quadros que em cores vencem a névoa densa
Da forma de um mundo como a comédia de Dante
 
Com a solidão no íntimo, rabisca o além e o infinito
Dando vida ao momento com a imensidão poética
Diante da inspiração que atém o seu próprio espírito
 
Na eternidade do tempo que desfaz a máscara do mito
Com a inocência que estampa uma realidade maléfica
Desanuviando o sentido com a força do seu próprio grito

 

 

Murilo Celani Servo
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