Nada escapa dos braços do inelutável
Nem mesmo passos em contra mão
Ao desejo que perpétuo, reside indelével
No interior inquieto de um nobre coração

Ledo engano dos olhos, que em silêncio fel
É rancor, é a ferida da sua própria paixão
Em nome à memória, por ter achado infiel
O ausente que no presente, acha ser traição

Por vigília em noites que antes adormecia
Lembranças nuas que aos sonhos coloriam
Versificava o frio em linhas cálidas da poesia

Sucumbe ao tempo por seus versos em elegia
Aos ventos que sopraram os dias que escondiam
A tua face em que o sentir era apenas euforia

Murilo Celani Servo
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