Há existências torturadas, feridas constantemente, sem clemência.
Quanto mais são fustigadas, menos o mundo se apieda
E, pelo contrário, parece que almeja instigar a total queda
Em agonias tremendas, abismos piores que a demência.
Como uma rocha impassível, esta tormenta nunca arreda.
Quando parece que veio a felicidade, logo ela toma ausência
E percebe-se a tolice em crer - em ver curada a carência,
Porque o que foi gerado no amargor, sempre será pago nesta moeda.
Vidas as quais ansiavam pela alegria, mas foram banhadas na dor.
Tudo o que ocorre traz à tona a latente sensibilidade, mas tudo é incolor.
E como um terreno infértil e acidentado, folha inservível à régua -
Quanto mais se crê na prosperidade, mais severo é o golpe.
Não é pessimismo ou destino, mas não é possível um contragolpe
E ainda que fosse, os ataques a tais existências são sem trégua...
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