O Próprio Jesus Falou da Sua Obra Através dos Profetas Muito Antes de Ter Vindo ao Mundo - Parte 1

 

O Próprio Jesus Falou da Sua Obra Através dos Profetas Muito Antes de Ter Vindo ao Mundo - Parte 1

Nenhum líder deste mundo, seja ele religioso ou não, jamais poderia ter profetizado acerca das coisas que aqui faria, antes do seu nascimento, porque o homem passa a existir somente no momento da sua concepção, mas Jesus, sendo Deus, não tem início de existência, e quando encarnou, Seu espírito sempiterno juntou-se ao ser corpóreo formado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, que era virgem.
Assim, em todo o capítulo 49 de Isaías, o próprio Messias - nosso Senhor Jesus Cristo, antes da sua encarnação - fala através do profeta, dirigindo-se às ilhas e aos povos de longe, ou seja, aos gentios, que seriam alcançados por Ele com a Sua salvação quando Ele se manifestasse e morresse na cruz (v. 1).
Ele profetizou o seu nascimento de uma mulher, e que se faria menção ao Seu nome desde que estivesse nas entranhas de sua mãe. Quando foi concebido pelo poder do Espírito no ventre de Maria foi feito menção ao nome que deveria lhe ser dado, pelo arcanjo Gabriel a Maria, e também o mesmo Gabriel falou com José.
E muitos falaram do Salvador que havia sido dado a Israel naquela família pobre de Nazaré. Lembremos da visita que Maria fez a Isabel quando ainda grávida, e da glorificação do nome de Jesus naquela ocasião.   
Deus o Pai não somente providenciou para que Deus Filho recebesse um corpo como o nosso, mas sem pecado, no ventre de Maria, como também fez da Sua boca qual espada afiada, e o guardou na Sua mão qual uma flecha polida, para que penetrasse os coração que estavam endurecidos pelo pecado, com a Sua Palavra e poder (v. 2).  
E o Pai o chamou de servo, de Israel, por meio de quem seria glorificado. O Filho glorificou o Pai, e ouviu a voz do Pai desde o céu quando estava na terra dizendo que lhe havia glorificado e que ainda o glorificaria (v. 3). 
Mas pelas muitas oposições e resistências que teria em Seu ministério terreno, como que suspirando por causa disto, o Senhor declarou que tinha trabalhado em vão, gastando as Suas forças, mas estava convicto de que o Seu galardão estava perante o Pai.
Ele faria então a obra que Lhe foi designada a fazer, não para agradar a homens, senão ao Pai, e para a Sua exclusiva glória (v. 4).  
Jesus declara qual foi o propósito da Sua encarnação: trazer de volta Jacó para o Pai - reunir Israel a Ele. Ele faria este trabalho na força do Pai, e o Pai o glorificaria pelo Seu trabalho (v. 5). Daí nosso Senhor ter afirmado tantas vezes em Seu ministério terreno que nada fazia de Si mesmo senão somente aquilo que era da vontade de Deus Pai.    
Nosso Senhor também profetizou que o Seu trabalho futuro de trazer Jacó de volta a Deus, e reunir Israel era pouco para o Seu serviço, de modo que o Pai lhe deu também para ser luz para todas as nações e para ser a Sua salvação até a extremidade da terra (v. 6). Ou seja, Ele não viria apenas para a salvação de Israel, mas também para todas as nações dos povos gentios. Vemos isto sendo confirmado pelo Senhor em Seu ministério terreno quando disse que tinha muitas outras ovelhas além daquelas da casa de Israel, em todas as partes do mundo, e isto tem sido visto amplamente na conversão de pessoas a Cristo em todos os lugares e em todas as gerações nestes 2.000 anos de Cristianismo.   
O Pai disse do Filho que Ele seria desprezado pelos homens, e um aborrecimento para as nações e que seria servo dos tiranos (v. 7).
A profecia teve total cumprimento porque Jesus realmente foi rejeitado e desprezado, e despertou muito ódio contra Si, porque condenou as obras das trevas e disse somente a verdade.
Além disso, enquanto na carne, se sujeitou aos governantes tiranos como Herodes e o rei de Roma, lhes pagando tributo, e se sujeitando, especialmente na sua condenação injusta às autoridades de Israel e a Pôncio Pilatos.
Foi neste sentido que foi servo dos tiranos, portanto, e não fazendo a vontade dos tiranos, para o agrado deles.   
Mas no mesmo verso 7 se afirma que reis e príncipes o adorariam, e isto sucedeu desde o seu nascimento com a visita dos magos, e com a conversão de muitos poderosos da terra, que ainda se converteriam a Ele depois que concluísse a Sua obra na terra e subisse ao céu, para ser glorificado e derramar o Espírito Santo.
O Pai também disse acerca do Filho, que Lhe ouviria no tempo aceitável, que é o da dispensação da graça, porque Jesus está à Sua direita como nosso Advogado e Sumo Sacerdote, intercedendo por nós, e o Pai tem ouvido as Suas petições em favor do Seu povo.
Isto porque o Pai Lhe ajudou e Lhe guardou para cumprir o Seu ministério como homem na Terra, pois Ele próprio fora dado para ser o Mediador da Nova Aliança que seria feita no Seu sangue.
De forma que, principalmente, as herdades que viriam a ser assoladas na Terra pelo Anticristo, pudessem ser restauradas por Ele para serem dadas como herança ao povo de Deus (v. 8).
Ele libertaria os presos e traria para a luz todos os que estavam nas trevas da ignorância de Deus e da Sua vontade.  E os apascentaria em pastos verdejantes (v. 9). Os presos aqui referidos são os que são escravos de Satanás e do pecado, aos quais Jesus tem de fato libertado pelo Seu poder, para virem livres para a luz e para uma vida de santidade e de poder sobre o diabo e suas obras.  
Estes que fossem salvos por Ele nunca mais teriam sede, assim como Jesus havia dito à mulher Samaritana, porque lhes daria como bebida a água viva do Espírito.
E nenhuma aflição fria como a tempestade, e nenhuma tribulação ardente como o sol, lhes afligiria, porque se compadeceria deles, e os conduziria mansamente aos mananciais das águas do Espírito.
De fato Jesus governa com mansidão, e diz que os mansos são também bem-aventurados, porque é dEle que aprenderão tal mansidão, que é fruto do Espírito, ou seja, algo que é produzido por Ele, e não por nós (v. 10).   
Os montes das adversidades seriam feitos um caminho para os que viessem a Cristo, de todas as partes da Terra, porque a fé cresce na adversidade, de forma que se anda melhor no caminho de Deus quando a fé é aperfeiçoada pelos montes da adversidade, porque sendo vencidos pela fé nEle, nos ensinam que o modo de caminhar neste mundo é por fé e não por vista, e nem pelo nosso próprio poder e capacidade, porque o Senhor tem prometido trabalhar para todo o que nEle espera (v. 11, 12).
Isto seria motivo de louvor nos céus e na Terra, porque o Senhor consola o Seu povo e se compadece dos seus aflitos. (v. 13).
Assim, não tem prometido nos livrar dos problemas e tribulações, mas nos livrar em meio a eles. Daí nos ter sido dado o Espírito Santo para ser o nosso Consolador. É Ele quem nos consola e fortifica em todas as nossas aflições, de modo a termos paz e alegria em nossos corações ainda que sofrendo. 
Mesmo assim, com tão grandiosas promessas, o povo do Senhor ainda é dado a muita incredulidade e murmuração contra Ele, sem entender o propósito das tribulações, e não consegue portanto, muitas vezes, ver a Sua própria mão divina nelas e por isso diz: 
 
“Mas Sião diz: O Senhor me desamparou, o meu Senhor se esqueceu de mim.” (v. 14).
 
Mas qual é a resposta do Messias?
Ela se encontra nos versos 15 a 26 onde além de afirmar que jamais se esquecerá do Seu povo (v. 15,16), e que ampliaria muito a Igreja (aqueles que se convertem a Ele), mesmo com toda a forte oposição que ela sofreria, e que os opressores da Igreja seriam julgados no tempo próprio, e que todos os que estão marcados para a salvação e que estivessem presos pelo valente (o diabo) seriam libertados, porque o Senhor mesmo contenderia com o valente e o subjugaria (v. 24,25). 
Quando estas coisas estivessem ocorrendo todos saberiam quem era este que as estava falando através de Isaías, a saber: O Senhor, o Salvador do Seu povo. O Redentor e o Poderoso de Jacó (v. 26).
 

 

Silvio Dutra
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