Teatro de uma paixão

 Tão lindos os enamorados
Com velhos truques em acção
Palavras ao vento, bailados
Beijinhos frescos de limão.

Porém, em tal malabarismo
Não tarda o pano vai ao chão
Entra em cena o dramatismo
Sai a figurante paixão.

É como estar de olhos vendados,
Um pouco como masoquismo,
Promessas e os dois algemados
Sempre no mesmo mecanismo.

Cá dentro, a certeza aperta
Tão clara, parece mentir:
Amar é ter a porta aberta;
Ser amado, poder existir.

Diana Correia
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