Para nossa sociedade
Em cidades e estados
Em escolas e estradas
Somos apenas passantes
Insignificantes, incessantes.
 
A nossa cidade é fruto
De intermináveis folhas secas
Imbatíveis ovelhas negras
E de uma insólita multidão
Somos parte dessa farsa
Importantes vítimas dessa desgraça.
 
Estamos debaixo dos palcos
Onde dar saltos é incontrolável
Nos intervalos, carros são roubados
O corpo indesejável é trocado
Fazemos parte de um mundo invariável.
 
Fora de grupos, gangs, galeras
Inseguros, com medo das badernas
Intitulados por juventude
Por liberdade inquieta, vigiada
Somos o imprevisto invisível aos olhos
Somos o inverno dentro do inferno.
 
Estamos debaixo do pudor
Impotente e inferior
Trazemos uma pontinha de dor
Apenas temos palavras de amor, sem cor
Sem se impor, nem expor.
 
Estamos acima dos estatutos
Somos as notas que batem ás portas
Infelizmente... não despertamos interesse de ninguém
Somos um rico indivíduo “Sr. Quem?”
SER inocente e jocoso
Pelo visto, poucos irão saber
A grandeza ser um IDOSO.

Alexander Man Fu
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