Suplício Terminal

Suplício Terminal


Não queria a pura alma em palma d’água sucumbir
Ao rude fardo desistir
Pra calma hora propagar
Subindo triste ao servo santo o canto leve a lhe rogar
A reza feia a entoar
Pro pranto tosco se apagar
 
Sem falta dura e nem candura a lhe sorrir
Nem de atos nobres a cobrir
Pra luz do alto lhe livrar
Com fria esmola tria a alegria a te saltar
Com gente seca pra louvar
Pra consciência não pesar
 
Não pede alento como um sedento a se nutrir
Nem quer palavras pra despir
Pra ter alívio sem chorar
Do caso atura sem ter cura pra louvar
Compete o jeito de ficar
Até a hora de calar
 
No sofrimento do momento que sair
Com as dores fortes do remir
No leito estreito do penar
O templo santo foi encanto até gritar
Na boca o sangue pra lançar

Da vida exígua a acabar

 

Imagem: Paisagens Brasileiras - Ocaso Rio-Niterói
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em http://olhares.uol.com.br...
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Poesia elaborada em Aracaju-SE