O dia é nublado
e o vento bate de um lado
a outro.
O gavião mergulha
e vasculha.
Depois,
volta ao galho alto
de onde veio.
Olha, olha e olha.
O gavião vasculha,
enquanto mergulha,
mas não encontra
o que procura.
Na verdade,
não procura,
há algo que o estimula,
mas não sabe o que é.
É um tormento.
Inquieto,
olha para os lados,
ameaça um voo,
daqueles rasantes,
que só uma ave de rapina
sabe dar.
Talvez o vendo o confunda,
e permanece lá,
impávido, no galho.
Atormentado, isto sim!
Porque gaviões foram feitos
para dar voos rasantes,
e alcançar, com o bico duro,
alguma coisa,
que só depois,

saberá o que é.