Marco Aurélio de Souza

Foi então que abriu as cortinas
Lá nos bastidores eu já esperava ansioso, apesar de nada lembrar
Dizem que eu tinha caído no sono
Mas quando o espetáculo começou estava bem acordado
Acordado o suficiente para fazer a platéia sorrir
Mas fiz tanto barulho que o cara de branco me deu um tapa
Os figurantes saíram, novos personagens entraram
E com o tempo alguns se renovaram
Outros até o momento ainda estão aqui
O roteiro melhorou muito, está cada vez mais complexo
A peça boba e infantil virou um espetáculo imprevisível
Meu corpo foi mudando, minha mente expandindo
O elenco agora está gigante
Tem quem cante, tem quem dance
Tem quem ensine e tem quem aprenda
Tem quem odeie, assim como tem quem ame
O meu cabelo cresceu, a camiseta encolheu
Me interessei pelas notas, dei tom a minha peça
Comprei um violão; desse eu não largo não
E nos momentos de folga escrevo para mim.
Ás vezes tiro uma folga;
Deixo o palco vazio e corro dar uma volta
Há quem diga que faz bem, eu digo que é essencial
O roteiro não tem mistério, é só não levar muito a sério
O problema é que ás vezes é difícil...
Vez ou outra a platéia bate palmas
Mas tento ao máximo manter a calma
Porque as vaias logo aparecem
E dos erros as pessoas nunca esquecem
Mas as leis daqui sou eu mesmo que faço
E por aqui o que não falta é teatro
Se não gostar pegue seu dinheiro de volta,
Caso mude de idéia me chame pra dar uma volta
Pois estou há muito tempo só esperando
No primeiro convite faço uma pausa e vou logo pra fora
Pois sei que muitos atores vão acabar indo embora
Espero na volta ser bem recebido
Mas se não der tempo conheço o perigo
Das cortinas fecharem antes do previsto
Mas o que muita gente não entende é justo o que eu sempre digo
Não quero decorar as falas prontas que aparecem no livro
Quero improvisar as cenas, quero gritar que estou vivo
Quero ter orgulho de saber que respiro.

"Viver bem é para poucos, ser feliz é para raros, liberdade é utopia."

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Poesias de Marco Aurélio de Souza

Título Data Com.
Insanidade Consciente 07/04/2007 2