Caminhos vazados por enxurradas
De águas frias, grandes chuvaradas
Que refrescam o céu da boca.
Líquidos transparentes que limpam
A alma, o corpo e movimentam
A roda intensa e úmida da vida.
Como chuvas caem do céu, 
Molham a terra bruta, brotando o broto
Do canto sozinho, companheiro
No caminho, fertilizando o solo
Somente, semente de frutos e de trigo.

Estradas inundadas de águas que correm.
São metáforas vivas do tempo da vida,
Que os anos nas correntes escorrem.
Oceanos, mares e rios de almas antigas.
Histórias encharcadas de memórias falsificadas,
Verdadeiras nos leitos de dentro do peito
De qualquer torrente tormentos de mim.
Lembranças de águas mornas,
Purificando meu pranto perdido no vento
Sem nunca recordar de ter vivido assim.

 

Gilmar Silva
© Todos os direitos reservados