Erata, chama da vida!

 De Célere, volata peia
desdouro crédito
lavra de raro trancelim
valia transgredir.

De um assomo ebril, boleeiro
findaste meu fado
que sovinice, vil primor!
Pungi minha essência quimera.

Diva és arrulo, Arrebol
remanso de soturno vicejo
sopro d´vida, boleeiro arbítrio
roreja éter de Eudora musa.

De Egeu mar, Nereu e Dóris
vis tentaram o gentil Ulisses
mas com tal prélio, bravo herói
emergiu de tal ambrosia, néctar remanso!

Apesar de tal lascivo, voluptuoso desejo
vexar a rutilância do grego compadrio
e Erata musa com cálido ósculo tentar,
Prometeu permitiu longe içar.

Silfo soprou, da maior bruma
fez, pesar de pugente périplo
bravo guerreiro a Ítaca retornar
e à fiel Penélope reencontrar.

Nando Nunes
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