É você, ou quase...

É você, ou quase...


Pela manhã, eu te percebo como uma visão confusa, embaciada pela neblina densa do meu desejo.  E se eu tento te tocar, você escorre entre os meus dedos com a semi-transparência rala de uma ilusão.
Nem nos momentos em que a minha mão pousa suavemente nos teus quadris, os teus cabelos escurecem o meu olhar e o teu cheiro confunde os meus sentidos, nem assim você se torna real.
Você não é real quando a tua voz miúda me diz: _ Bom dia...
Nem se torna mais palpável do que um sonho, quando os meus lábios roçam de leve a tua pele...
Você não é mais verdadeira do que a tua lembrança que me despede à noite;
Nem se torna mais presente do que o pensamento em você que me desperta pela manhã.
Você só se torna real quando comanda as águas!
 

 

BRUNO
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