Escuridão extrema, sufocamento, pedra sobre pedra, frio...

Entrei no mundo a sonhar, entrei como se entra em uma caverna

E no túnel sem fim dos questionamentos, algo agarrou minha perna:

Era o verme rei, arauto da morte a corroer ideais, tão sombrio.

 

Livrei-me do verme. Corri. Fui mais profundamente, tão esguio.

Súbito, estalactites caíram e pedras: A tormenta parecia eterna!

Desabamento! E eu fui esmagado de forma interna e externa

Clamando pelo fim da agonia, implorando por algo luzidio.

 

Imóvel diante do inevitável desfecho, as pedras em mim se mesclavam

E roíam minhas entranhas e a alma... Em cólera os sonhos urravam

E, novo desabar de arquiteturas íntimas a soterrar meu eu no aniquilamento...

 

Entrei na caverna, como quem entra inadvertido e inocente no mundo.

Lá fiquei, perpetuamente, com perguntas e um querer tão profundo...

Meus sonhos desabaram em mim e fiquei sem nada neste desabamento...