DOIS ESTRANHOS...

AMANHECE...

E o sol, meio tímido, aparece
Entremeio ao arvoredo,
É hora feliz, de festa mútua
De toda espécie de passaredo,
E nós dois aqui, em casa, também,
Imitamos a tosos eles, invés de alegria,
Tristeza fútil não se contém...

ENTARDECE...

É hora de almoço, já se avisa,
Depois se mergulha na piscina,
Ou no açude da fazenda,
Crianças e adultos, algazarra e alvoroço,
E nós dois, com eles, porém,
Tristes um com o outro, sem motivos,
E esse incômodo empecilho, de amar, nos detém...

ANOITECE...

E o sol, meio tímido, dormir já se vai,
Amanhã bem cedo, levantar-se tem,
O passaredo todo também já se recolheu,
E a noite chegou sem se à perceber,
Todos tomaram seu banho
Na piscina e no açude da fazenda,
E nós dois vamos dormir como dois estranhos...

Sempre, depois de uma briguinha de casal, a indiferença faz presença, mas o amor mútuo é maior que ela e logo se faz as pazes...

Na fazenda, depois de uma briguinha com ela, de leve...

Josea de Paula
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