ROTA  DO  SOL

     ROTA  DO  SOL
Sol   do  que  sou  e  me  perco:
como   os   tentáculos   do  fogo,
vindos   na   ventania   ensolarada.
Faz   com    que    os   pleitos   d'alma,   e   do   que  
me   atrevo   ser;   às   vezes   não    sendo . . .  ilumine-se  ! 
E  mais   o   que   procuro   no   meio   da  ofuscante  luz. 
Nada   impedindo   entretanto   um  viés   de  sombra   
no meio  da claridade,  caminhando   sempre 
à  superfície  do profundo.  
Eu  que  me  insurjo,  ao  embalo  
do  sentimento    somatizado, 
beirando  uma  qualquer  rejeição.
Fico  então,  entre    manobras   
dos   halos   incandescentes   
e   das   cinzas   espalhadas,   
na  mistura   caótica ! 
 
Estão   lá   todas  as   minhas  ilhas   de  solidão, 
surgidas   no  horizonte   solar: 
desde   refutados   amores, 
 ao  mau   gosto   do    indizível   mormaço,
codificados   nesse   apelo    intangível. 
E  toda   a  síntese   da   paixão  que   há,   
vai    e  fica  sempre,   na  mesma   dúvida.  
Pairando    na   submissão   do   ato   ao   fato,    
do  trato   a   mais   um   áspero   
silêncio   em   desacordo . . .
 
O   sol   em   sua    trajetória   relativa     
e   os  ciclos  da   Terra   em  volta, 
além   das    lembranças  dos   meus  passos 
se   perdendo.   Fluindo   sem   o   testemunho
das   minhas  insuficientes  pegadas . . .
-culpam-me- !
 
Do  meu  ar  indefeso,
de   minha  tíbia   ronda, 
do  giro  azul  do  tudo
que  te  anoitece.   Da  sensação  que  de  mim
surge  a  inelutável   noite . . .
Oh  Sol  !  Diante  desse   coágulo  no  ar,
e  dessa  sangria  terra  a  dentro . . .
de  onde  vem  isso  da  tua  ausência
me  obscurecer  ???????????
 

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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