Depois que a noite sem estrelas findou em meus olhos enevoados
Me perguntei o porquê de eu ter me anulado, passado pela humilhação.
Não era amor, eu fui enganado por mim mesmo, ludibriado pela paixão
E muito me feri, ao ponto de perder o romantismo de tempos passados.
Hoje eu não sei dizer o que me atraiu em ti. O encantamento foi sem razão.
Tudo pelo que passamos, nunca daria certo; foram dias assombrados
Pela constante dúvida, palavras cruéis, silêncios doloridos e prolongados
Onde minh'alma se dissolvia, onde furavas com uma agulha o meu coração!
Muito breve, embora intenso, foi o que vivi contigo, ó meu ópio em flor!
Eu acreditava, enquanto cego, que seria para sempre; mas não há remédio
Para a ilusão e para o veneno da paixão, não foste a última, mas a primeira!
O que representaste para mim, então, se hoje vejo que não foi amor?
Por outro lado, sofri tanto, como se fosse de fato tal sentimento... E quem mede-o?
Tranquei minha porta e não creio em ti e nem me lembro após a cegueira...
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