Desenganos
 
Mergulha meus lábios
Em teus olhos, sátiro, bárbaro,
Com perdão da palavra vulgar...
E te afoga uma lágrima sóbria
Embriagada de destrezas;
 
Na melhor das intenções
Aparas-te em um sofrimento
Tosco como a saudade
E abrupto quanto há um sentimento;
 
Eis que rola um suave gemer
A boca que reclama o coração...
Partiu de alguém que não sofreu
Ao carregar no colo as tuas dores...
 
Más eis que um desengano apareceu
E te salvou de um golpe certeiro
A desilusão de amar alguém
Consiste a te amar primeiro;
 
Não se doa um coração
A um homem ou uma mulher
A menos que estejas dentro dele.
 
 
Pelo Autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Dezembro de 2012 no dia 31.