Ah ! Os sentidos que se esbatem . . . graduando sombras,
que passam e repassam. Quando se vê alguém ao longe,
que ainda se ama, sem poder tocá-la. ( já há tendo visto
na loucura, em todas as esquinas de todo as ruas ! )
E reencontrá-la de repente num super mercado. Dando de cara.
Depois de não haver percebido, carrinhos se engancharem.
( foi uma miragem ?) E sair dali procurando outra vez por aí,
gente que a lógica diz sim, e a primeiríssima comparação
[ diz não.
Não, não há lugar pra onde ir e nenhum pra reconhecer-se.
Um estranho de si. Alheio as invisíveis horas passageiras.
Quando por acaso pressente um vulto ao lado. É ela em oposto
sentido, e mais uma vez, vidas que se cruzam e se anulam.
E no semblante cristalizado, cingiu mais a magoa de pena do que
o inusitado do susto. ( talvez só mais um delírio nesse
reencontro de desencontros ! )
Ficando a remoer essa quase dor, de mãos inertes , frias e
vazias. Sem que elas estejam entre aquelas mãos. E ainda na
falta de um corpo, do qual era tão cativo. Ah ! Incorporar
toda essa existência em um só e opresso trago de ar.
Na dificuldade de respirar fundo !
Nesse bater de um coração doente !
Que incrédulo . . . pulsa teimoso.
Sem cura mas . . . não morre !!!!
© Todos os direitos reservados