De repente, me vi caminhando no ermo, tão solitário.

A tua lembrança é como o doloroso evanescer do fumo.

Quanta desculpa, quanta justificativa eu, inocente, arrumo

Para tentar salvar o que já foi perdido e ruma ao calvário...

 

De repente nosso amor se tornou neutro, indiferente,

Assim como, nas estradas de terra jaz a dançar o pó.

Sombras indecifráveis do que será de nós, sem lei e nem dó...

O tempo é o único a ter as respostas daquilo que pode ser inerente...

 

Meus sentimentos caminham em direção à forca, martirizados.

Como podemos pensar em futuros se nem sei dos erros dos passados?

Mundos paralelos onde amor e indiferença estão?

 

E disperso como a fumaça negra da dúvida de um cigarro,

Não sei se teremos ainda a torre de marfim ou o barro

Mas sei que tua lembrança é como fumo e pó em meu coração...