Poema morto

Houve um acidente

A inspiração em alta velocidade

Chocou-se com a limitação.


Ela ficou sem dente

As palavras pela meta(...)

(...)os versos sem emoção...


A caneta até caiu

Quebrou-se, se dividiu

Vazou tinta pra todo lado...


O dedo lerdo consentiu

Arrependeu-se, pois sentiu

Ser o verdadeiro culpado.


Mas a tinta escorria,

escorria e escorria loucamente

E pouco a pouco se alastrava.


E as sílabas da finada poesia

Eram pintadas lentamente

... a tinta da caneta as encharcava...


E houve um acidente...

A caneta quebrada

ao jorrar tinta em palavras tortas


Fez surgir, de repente,

Uma rima desengonçada

dando vida a uma poesia morta.

Uma fatalidade poética...Lamentável!

Guarulhos-SP