Esta chuva promete mas não vem
E o sol continua a castigar
Eu tenho medo que essa chuva venha um dia
Com tamanha rebeldia
Acabando com o que há.
Nordeste de povo forte
Que não teve a mesma sorte
De ter chuva em abundância
Mas não perde a esperança
De ver o tempo mudar.
Quem não acredita na mudança
Parte nos paus-de-arara
Mas ficam as pessoas raras
Que não tem para onde ir.
Ficam quietas em seus cantos
Fazem promessas para os santos
Para ver a chuva cair
Ver o açude encher
Ver sua terra molhar
A semente germinar
Ver o seu pasto crescer
Ver o seu gado engordar
Para nunca ter que ir embora.
Mas quando ele acorda dos sonhos
Vê morrer o seu rebanho
Vê tudo em volta morrer.
Ele diz que homem não chora
E que ele não vai chorar.
Sem motivos para sorrir
As lágrimas teimam em cair
E ele não sabe o que fazer
Então, ele põe as mágoas para fora
No pranto que não consegue mais conter.
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