Não quero Falar de um Jorge baiano qualquer


                 

 
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Não quero Falar de um Jorge baiano qualquer
quero falar de um baiano chamado Jorge
que em muitos livros divulgou e apresentou uma Bahia
que o Brasil não conhecia
Uma Bahia de Jorge virgem e selvagem, bela e colorida
A Bahia contada por Jorge tem mistérios e encantamentos
Segredos encobertos por um mar da paixão.
Na alma de Jorge o retrato de sua terra
Seu lugar de origem ilhéus ou quem sabe
Pelourinho, seus sobrados encantados
Inspiraram seu imaginário
Ora de homem
Ora de santo
Sua poesia cantou a alma feminina da mulher baiana
Quem as vê, também vê flor, Gabriela, Tieta e Teresa
Vê a beleza brejeira da mulher brasileira, a Quem dizer:
Se Castro Alves é o poeta dos Escravos
O que dizer de Jorge Amado?
Poeta das mulheres
Amante do mar
Homem de fé
Gente do mundo
Na vida amou e se doou
para  muitos deixou uma marca um valor
bebeu das fontes literais de um rio doce
De sangue , suor e carnaval
Quão distante estava
Da Bahia, o qual levava
Onde ia, sentava e escrevia.
Lembrava como sonho
dos tambores
dos terreiros
Um berimbau
Uma dança
Um samba de roda
Uma varanda
Um quintal
Em suas linhas escritas
Derramava lágrimas de saudades
Nenhum lugar podia sucumbi
Sua paixão ao pisar no chão de sua cidade
Os olhos ávidos expressavam
O que a mão registrou
O amor, tão bem falado
Ao coração que nele morou.
As letras da Bahia são de Jorge
A ele é pertinente
A tradução de um mundo
Apaixonante! que grita
Na mistura das raças
Na conduta de uma religião
Que domina, o teu povo
Chamado multidão
De seguidores de Jorge
em histórias que fascinam
o coração abraça , os olhos vêm
e os ouvidos escutam sua voz
Na voz dos seus personagens
Em cada esquina se ouve
Um ecoar, os rhataplans
Anunciam a chamada de roda
Que Jorge descreveu
Em sentimento e em reverência
Aos seus orixás
as linhas escritas
descrevem histórias
de um amor e várias paixões
de um homem, de uma só mulher
ou de várias mulheres que são suas e
não são de ninguém
de criança que é pura e homens cruéis
representados em seus coronéis
são mitos e vivem
por ai nas esquinas
De uma Bahia amada
De amados filhos
Que filhos !
Filhos do mundo
Das páginas que falam
São os reis Jubiabá,
O menino Pedro bala
E o velho Quincas Berro D’água
Eles são heróis da ficção
E são como Jorge
Eternos !
Jorge Amado
Que em sua voz dizia: escrevo pela necessidade de expressar o que sinto
Seu sentimento vinha da força maior de ser
Um homem de fé
Na religião nagô
São representados
Negros, mulatos e brancos disfarçados.
Com tanto amor
A Bahia foi relatada
E o mundo conheceu suas ruas, cidades. seus mares e orixás.
Não há se quer um homem ou mulher que não se sente
Parte dos ingredientes do contexto gentil de Jorge, que não foi apenas escritor.
Foi autor do que chamamos de amor
E de tanto amor foi amado, pela Bahia e pelo mundo.
Seus livros em 49 idiomas foi traduzido
Traduzindo lhe os seus personagens
Que foram muitos, como as estrelas no céu.
Brilham e não param de encantar.
E de contar as contas do colar
Daqueles que ouvem uma voz
Um chamado, e sabem que no fundo.
A vida de Jorge Amado,
Mudou a cara do povo Brasileiro
Deu-lhe uma alma
Uma poesia
Não quero falar nessas linhas de um Jorge qualquer
quero falar de Jorge da Bahia
Um menino
Um homem
Um guerreiro
Um eterno sedutor
Que abraçou
A vida com muito amor
que muito se dedicou a cultura
do seu povo, enfeitando
sabiamente com suas letras
páginas em branco
um homem valente
um escritor
um contador
um mago
Jorge Amado.

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poema em prosa em homenagem a Jorge Amado escritor do Brasil.
Audelina Macieira/ lina macieira
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