Moldes de porcelana perderam a graça
Hoje soberana e potente
Impera a política  desgraça
 
Nos acostumamos a morder a isca
Nos habituamos a acreditar
No que dizem falsos golpistas
Que em palanques danam a falar
 
Tudo que fiz foi competência
Fabriquei  hospitais por benevolência
Tracei seus rumos  a meu favor
E tudo que preciso é de teu  louvor.
 
Um maior cargo eu requisito
Pra te ajudar povo perdido
Sonhe com o inalcançável
Que te alimentarei de promessas povo insaciável
 
Não pensem por si em dezenas
Um bem maior farei e apenas
Atenue  uma certa indiferença
E te farei acreditar numa só crença
 
Pois se tu, ó grande povo em mim votar
Eu mesmo tereis por recompensa
E sem poder reclamar
Também serei tua descrença
 
E me dirás: tú me enganaste
Com falsas cortesias
Simplesmente cancelaste
Cada minha fantasia
Que tu mesmo alimentaste
Através  das cantorias
 
Mas tu mesma andou a gozar
De tudo que em lisonjas te mostrei
Achavas que eu a andar
Faria tua a minha  grei?
 
Está perdida pobre nação
Não posso te mudar
Lhes contei mentiras, uma porção
Mas você nem pra observar
 
Tão pesada ignorante
Insiste em continuar
Uma sociedade pedante
Que se habituou a não lutar.