VIAGEM AO TEU CORPO NO AMANHECER

 
Ouço o cantar dos pássaros
no desabrochar de mais uma manhã.
Uma brisa leve entra pela janela e
vem tocar, com delicado frescor,
a tua face.


Teus olhos ainda estão fechados.
Teu corpo, lindo e nu,
do qual há pouco fui dono,
semi descoberto,
repousa espalhado
sobre a cama.


Contemplo teu rosto,
agora inerte e relaxado pelo sono.
Ele me lembra o de uma menina,
revelando um perfil
impecável, perfeito,
uma pele alva e macia,
adornada por lindos
cabelos negros e ondulados,
nos quais por várias vezes me perdi
como um adolescente ávido por prazer.


Teus seios,
amparo macio e irretocável da minha volúpia,
que saciaram a minha sede ancestral e inata de carinho,
agora são objeto da minha admiração,
misturados ao teu cheiro de mulher, sexo e desejo,
deliciam os meus sentidos ao indescritível êxtase.


Tuas nádegas, ah tuas nádegas!
Nas quais, em cuja maciez aveludada,
repousei minhas mãos enquanto a possuía!
Tuas ancas!
As quais segurei com firmeza enquanto cavalgavas
sobre mim e, por várias vezes,
gozastes com incrível prazer!


Tuas coxas,
que mordisquei até chegar a tua vulva,
vagina,
e te fazer tremer de prazer e
pedir para parar, para morrer!


Teus gemidos ainda estão nos meus ouvidos.
Meu pênis ainda sente a tua boca,
na qual, como ato derradeiro,
depois de te ver chegar ao clímax
tantas vezes,
depositei o meu esperma.


Olho agora teus pés,
meu fetiche,
lindos, perfeitos.


Não resisto e,
com um beijo,
te acordo.
Começa um novo dia!
É sábado!
Um novo dia de nós dois!
Uma nova viagem ao amanhecer!

 

 

Nelson Plínio
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