Ó que vida linda. Belos pardais tuitam no meu jardim, o trem
que passa faz piuíiiiiiiii e o porquinho faz cruish ! cruish !
cruish !. Vejo cabras e bodes pastando solenes frente a mim,
é o esplendor da bicharada em festa. Sinto-me um Doctor
Dolittle, quando só falta algum animal passar a falar e
dizer o quanto ama os humanos, que são incapazes de
abusar deles.
Lá no céu um lindo arco íris desse sol radiante que refrata
as partículas dispostas, dispersas e rarefeitas e faz a maior
parte da abobada do firmamento ser azulzinha.
Sentado numa cadeira de balanço, na varanda de minha casa
de sapê, semi cerro meus olhos por causa de um ventinho
que bate insistente, quando vejo no horizonte ao longe a sombra
de suas colinas , onde um bando de urubus volteia em torno
de um ponto, onde deve haver algum tipo de "presunto".
Bebo agora uma gostosa limonada que Rosa Madalena
me trousse para espantar a sede e o calorzinho gostoso da
manhã, quando ouço o mugido da vaquinha Gertrudes,
começando um tórrido namoro com o touro Zézé.
Lá pras tantas vou a inauguração na casa do rico compadre
Raimundo Tibúrcio, de uma cascata de laranjada, que cai
direto no aquário dos jacarezinhos.
Também vou ver a linda "cumade" Flor de Liz, mas jovem
quarenta anos que o "cumpade", vinda da cidade grande,
trazida pelo "veio" Raimundo, que ajudou muito a família dela.
Mas o velho bebe que nem uma gambá e no final tenho que
ajudá-la a por o "traste" na cama. Aí vou com a "cumade"
tomar um banho de riacho ao luar. Ninguém é de ferro.
A vida é bela . . . como é !
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