O homem trancado
na própria cova
já não se importa
de rimar
 
de combinar com a vida que é
lá fora
que é futura e incerta e tão
velha
tão animal de ontem
tão vulgar!
 
mas o vulgar lá
já se tornou sublime
como se o artista tivesse que dizer
sempre o teu sexo
tivesse que falar a lingua do crime
tivesse que ser a podridão
do escárnio
tivesse só que te violentar
 
fosse tendencia como
o velho ovo
o novo que presta se for
de novo, a cópia o roubo
do que se conhece
 
e toda fonte de pioneirismo
fosse uma puta velha
pra arrancar pedaço
e pra depois se acusar de roubo
e humilhar com o esquecimento
 E ser vampiro que absorve e excreta
todo o viço
e toda coisa que um dia foi
verdadeira
descoberta...
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- ar
respirar
nadar pelo ar
sonhar essa vigília
apressada
sob a atmosfera desse ar
ser em família
ser criatura apartada
daquilo que lhe pare
ou lhe expele ou lhe expalhe
como spray ou espirro
ar é a medida da morte e o biólogo diz que ele te diz:
de vida te encho, a vida te expiro...
 tua praga te carregue tua ciência de que vale
se só fala o óbvio és da santa matéria o filho
infeliz!... (?)
 
O vácuo é o ar do ar
da bolha  o exterior
o vazio ainda não é o nada só não é o ar
o mar do inverso
 
a coisa não coisa do universo?
 
Não ainda não se entregue ao terror
que o não ser
não tem nada de novo
é o que eras antes de ser ovo
por hoje te iludas se jogue e experimente o prazer
de se sujar de povo
vai e estuda essa colméia
sorve o  aplauso que é o mél
dessa platéia
desce e conhece esse inférno de céu... 
 
 Enche o peito agora e sente a rua
jamais verás tal criatura nua
repara tua cultura e a atmosfera
a sem cerimônia a falta de repeito que aflora da juventude crua
essas crianças a morrer desse apetite fera
sem  saber é que sabem bem como é inútil qualquer espera
sabedoria é fútil pra quem quer rir à gargalhada e sangra e sua   
 
Vê e imagina que ver demais te cega
E os olhos são poços que trazes cheio quando
enches e julgando secos vai despejando
mais desejos e mais peças que a ti mesmo te pregas
 
e o fim sem aviso chega
Assim!
 
Mas calma
não esqueças que tem alma
e que será de tanta sua semente?
Te importas deveras com teu Deus
ou tem dúvidas ou mente
ou queres um garçom onipotente e suporta
tua fé no medo simplesmente?
Melhor para Deus que fosses  então mason, ateu!
ou sinceridade não importa?
 Bom... o que começa há de terminar
Sim...
ou preferes em nova carne recomeçar
então a coisa toda é ciclo? E eu não vi
Ora isto é diverso do que com o sacerdote
aprendi
ou será que apreendi errado?
E se é isto! Credo!, algum dia estarei perto
de aprender do jeito certo?...