Da razão numérica em busca infinita
Caminham os termos em marcha cadente.
Mergulha o Matemático irracionalmente
Na escada real por ele preferida.

Na dança dos valores dessa progressão
Existe uma essência pré-determinada;
A lei que rege tudo: do infinito ao nada,
Razão que justifica toda operação.

Presos à razão, seguindo esta seqüência,
Os termos se enfileiram, nunca se encostando;
Caindo submissos diante do comando:
- Se não há limites, resta indiferença!

Mas o Matemático, inda que sagaz,
Encontrou a sentença por ele proferida;
Mergulhou no sinal da viagem só de ida;
Percebeu que ele é somente um termo a mais

De uma progressão que a ele é externa...
Pôde ouvir a voz de um Ser que calculava,
E além de progressões, derivava e integrava,
Racionalizando grandezas internas;

E viu que calcular não respondia mais
No cerne da razão que havia em seu peito
(Amores fracionários, adimensionais,
Disputas sem vitória, trocas de sinais...)
Então, pra se explicar, criou outro conceito:
Conjunto solução - Números Surreais!