Minha cabeça gira como doença infinita,
Um labirinto de cores e dores nesse mal estar...
Em cada canto um tanto de vida, tonto de aventura.
Seu pedaço detalhado nos espaço dessa história,
Diante do retrato revirado ouço tua voz me chamando.
E o mundo gira em preto e branco num quase arco-íris,
Numa quase paixão diante de uma quase morte.
Por um instante apenas eu vi meu ateísmo rezando pela vida,
Uma multidão de crenças e respostas mal explicadas.
Não vi o sol ou luz, não vi nada senão minha fraqueza.
Minha cabeça curva-se e o cheiro de flores me lembra o rei,
Uma coroa, mais de boas vindas do que de saudades,
Mais de deboche do que de tristeza: - Veio onde não crias...
Já é tempo dos pensadores, dos doutores e dos sábios ignorantes,
Do cansaço diante da dor, do amor, bem que não procuro drogas.
Sim ao chegar ao limiar de uma luta pensa-se no fim,
O que fui, o que sou e o que serei,
Restam meus amores e meus livros,
Que singrem nas línguas e nas lágrimas,
Porque teria sido uma história se não tivesse fim.
Este enigma que me busca e perdura em minha mente,
Como uma líder que me prega o passado,
Estarão diante do meu tribunal.
Antes, porém, que o restante que me cabe, por um dia,
Por anos ou décadas, seja a esperança que me faltou,
Seja a vida que conquistei diante da morte.
Por um instante apenas estive tão mal que morri.
Uma morte curta que veio apenas para me dizer que ainda não aprendi a viver.


J C Cavalcante

J C Cavalcante
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